A cooperação europeia para o desenvolvimento em 2024
O estudo traça a evolução mais recente da CID da União Europeia a nível institucional e das políticas, com destaque para o papel do Parlamento Europeu.
O estudo traça a evolução mais recente da CID da União Europeia a nível institucional e das políticas, com destaque para o papel do Parlamento Europeu.
Em junho de 2024, o estado de Nagaland, no nordeste da Índia, realizou as eleições para o Órgão Local Urbano (OLU) após um hiato de duas décadas. Segundo relatos, dos 278 assentos em órgãos cívicos, as mulheres conquistaram 102 assentos.
Garimpeiros ilegais hoje têm à disposição internet rápida e treinos online em pistas clandestinas, enquanto organizações ambientais empregam IA e satélites contra desmatamento.
O ativismo digital está a desempenhar um papel significativo na amplificação do impacto dos protestos #RejectFinanceBill2024 e #RutoMustGo, mas até que ponto pode ser eficaz?
Há trabalho importante ainda a fazer, mas a natureza desse trabalho precisa evoluir constantemente para acompanhar a realidade e mudar a compreensão da ajuda, do desenvolvimento e dos possíveis papéis dessas organizações.
O futuro parece realmente sombrio. Um mundo de fenómenos climáticos devastadores, cidades inabitáveis, grave escassez de alimentos, migração em massa e marginalização global acena.
Os atores internacionais têm o poder de permitir que os atores locais entrem no clube humanitário – ou de mantê-los fora.
O desenvolvimento tecnológico é frequentemente considerado como um produto natural da engenhosidade humana que nunca deve ser interrompido ou controlado. Mas a inovação também pode agravar os impactos sociais e ambientais.
Há já alguns anos que a população de Eastlands, em Nairobi, tem vindo a reconstruir a cidade à sua própria imagem de desenvolvimento verde.
Enquanto 45% dos resíduos da região acaba em lixões, iniciativas buscam reaproveitar materiais descartados por meio de aplicativos no Peru, blockchain no Chile e geração de energia no Brasil
A implementação de estratégias de descolonização e localização exige mudanças estratégicas no âmbito das organizações não governamentais internacionais.
Na Índia, são os movimentos populares, e não as eleições, que trarão mudanças transformadoras.
A desigualdade persistente e elevada nas democracias parece contradizer a expectativa teórica, social e política de que a democratização deveria conduzir a uma distribuição mais justa do rendimento e da riqueza na sociedade.
Alguns analistas chamam-lhe um “ciclo de fome”: os financiamentos dão às ONG locais apenas o suficiente para implementar projetos de curto prazo, mas não o suficiente para investir em melhorar e se tornar financeiramente independentes.
A UE tem sido particularmente importante na defesa da Agenda 2030 e na manutenção dos ODS na agenda da política de desenvolvimento global. O que deve acontecer depois que o prazo expirar?
A marcha do Chile para uma constituição progressista e uma transformação igualitária estagnou. O que os movimentos no Sul Global podem aprender com isso?
Mais da metade dos países mais pobres do mundo, que abrigam 2,4 bilhões de pessoas, estão tendo que reduzir os gastos públicos em um total combinado de US$ 229 bilhões pelos próximos cinco anos.
Nas próximas eleições europeias, os políticos enfrentam duas questões cruciais: enfrentar a emergência climática e aliviar a crise do custo de vida. Não existe uma solução única, mas uma estratégia pode fazer uma grande diferença: concentrar-se naquilo de que as pessoas realmente precisam para ter uma vida digna.
As organizações humanitárias estão cada vez mais dependentes de gigantes corporativos para impulsionar a resposta a emergências.
O Desenvolvimento e os Estudos de Desenvolvimento, com todas as suas complexidades, ainda nos oferecem uma oportunidade de libertar a humanidade. Para isso, será obrigatório um compromisso sério de focalizar os Estudos de Desenvolvimento em questões ontológicas fundamentais.
Apesar da sua longa história na Europa e de ser a maior minoria étnica, os ciganos continuam a ser vistos como o “estrangeiros perpétuos” e sofrem violência, marginalização e exclusão.
Vendedoras ambulantes na capital do Uganda dizem que os policiais são uma ameaça. Agora, elas estão revidando – nos tribunais
A ideia de que os fundamentos normativos da política europeia de desenvolvimento seriam um pouco imunes à geopolítica e às mudanças políticas nacionais foi sempre uma ilusão.
O financiamento estrutural dá mais flexibilidade ao nosso parceiro. O Power Funding vai um passo além, permitindo que os parceiros redistribuam o poder às comunidades locais com as quais trabalham.
A canção ‘Monsters You Made’ de Burna Boy leva o debate sobre a necessidade de descolonização para fora da torre de marfim e para a esfera pública.
Se quiserem definir a agenda das eleições europeias de Junho, os partidos Verdes não podem simplesmente reagir aos acontecimentos e aos opositores, replicando narrativas de direita de medo e culpa. Uma nova onda verde precisa de novas vozes, valores e visões.
Ativistas e juristas defendem que o ecocídio seja adotado pelo Tribunal Penal Internacional para julgar graves crimes ambientais.
O Emirado Islâmico anunciou recentemente que conseguiu abrir 200 novas escolas em todo o país desde que voltou ao poder em 2021. Apesar disso, 1,2 milhões de meninas e raparigas não conseguem aceder à educação formal como resultado direto das políticas talibãs.
Nos últimos anos, quatro líderes da mudança do coletivo Nguyu estiveram ativamente envolvidos na campanha “16 dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero”, incansavelmente lutando contra várias formas de violência no Quênia, Nigéria, África do Sul e Índia.
As lutas antiautoritárias no continente africano não lutam apenas pela democracia, mas também a reinventam.
No aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os governos devem dar o passo final para adotar um novo tratado inovador e exclusivamente africano sobre deficiência.
A era do livre comércio desenfreado acabou. À medida que enfrentamos desafios existenciais como a crise climática, é necessária uma Nova Ordem Económica Mundial 2.0.
Através da observação crítica de situações reais que têm influência direta e indireta nas nossas vidas, procurou-se abrir caminhos de construção individual, coletiva e global que visem sociedades mais equilibradas quer seja, social, económica como também ecologicamente.
Awadh escapou da guerra no Sudão e enfrentou uma viagem brutal pelo Norte de África. Ele está determinado a chegar à Europa.
Quando nos confrontamos com o tema da justiça social este não revela grandes debates, assumindo que qualquer cidadão ou cidadã seja a favor desta. Mas se saímos da esfera coletiva, e passamos para a esfera individual, as conceções de justiça social podem tornar-se enviesadas, e profundamente dicotómicas.
Eles já estão em movimentos populares, partidos políticos e trabalhos comunitários em bairros e territórios, provando que existem muitas formas de participação política.
Nesta sexta edição da newsletter da Oficina Global destacamos o tema da investigação-ação. Partilhamos no editorial as reflexões internas que nos permitiram perceber que a investigação-ação é a nossa força e, portanto, ganhar clareza sobre o caminho a seguir e o nosso papel na mudança.
A esmagadora maioria das instituições ocidentais (ONG, agências de notação de crédito) repetem os cansados mantras das instituições financeiras internacionais, ignorando as ideias dos ativistas académicos africanos e o pano de fundo histórico das crises contemporâneas do continente.
Neste novo itinerário (re)visitamos os vários significados que o conceito de Desenvolvimento foi assumindo ao longo das décadas, “à medida que se foi ajustando às críticas, às transformações da realidade, às consequências da sua própria narrativa.”
Pode ser necessário um desastre no Norte Global pior do que as inundações na Líbia para estimular os países ricos a tomarem medidas reais contra as alterações climáticas.
É urgente ler o mundo compreendendo as interdependências e a globalização, destacando a importância de examinar criticamente a realidade global, e explorar as implicações e relevância desse conhecimento para as tomadas de decisão do dia-a-dia.
A produção e o consumo de moda não podem ser analisados de forma independente e do nosso lado a mudança passa por adotar um consumo ético e sustentável. De que forma isso é possível?
Ao observarmos as situações de guerra em curso na Europa e no Médio Oriente, torna-se evidente que a EDCG não é apenas um conceito teórico, mas uma necessidade. Estes conflitos sublinham a interdependência das nações e a urgência de abordar as causas profundas da violência, da instabilidade e do sofrimento humano.
Como os investigadores do desenvolvimento podem desafiar a homogeneização e hegemonização da produção de conhecimento, promover um fluxo multidirecional de aprendizagem através do Norte e do Sul e questionar ideias pré-definidas de desenvolvimento?
O estudo fornece uma visão aprofundada dos desafios enfrentados pelas populações vulneráveis e das implicações destas questões no quadro mais alargado do desenvolvimento internacional.
Confrontados com muitas crises, incluindo o desemprego e o aumento do custo de vida, os angolanos recorrem aos memes para expressar o seu descontentamento político.
A transição energética está ganhando impulso na América Latina. A região tem planos ambiciosos para aumentar a geração solar e eólica no curto prazo e se posiciona como um fornecedor global de minerais essenciais para esse processo. Vários países, porém, seguem expandindo o setor de petróleo e gás.
Ao longo dos anos, foram gastos milhões de dólares nestes esquemas com uma estrutura top-down aprovados pelos doadores. No entanto, em meio a documentos repletos de jargões que promovem o “reforço da resiliência”, a grande questão mantém-se: o que é a “resiliência” e para quem?
Quando todas as outras formas de participação política falham, o protesto pode conseguir influenciar a política climática. Mas a desobediência cívica é cada vez mais demonizada e violentamente reprimida. Veja como resistir e lutar coletivamente.
O conflito em Cabo Delgado, Moçambique, está a entrar no seu sexto ano. Para combatê-lo, o governo deve abordar as queixas locais subjacentes que estão levando as pessoas a ele.
No marco dos 50 anos das independências dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) é pertinente uma reflexão sobre as dinâmicas que levaram às independências desses países para então pensar as suas atuais dinâmicas de desenvolvimento. É possível falar em novos ritmos de desenvolvimento?
Que caminhos vislumbramos para concretizar a mudança que queremos? Apesar da pressão para agir rapidamente, no atual contexto de incerteza é fundamental parar para pensar, repensar, mudar – e repetir o processo, uma e outra vez.
Da fronteira EUA-México ao Sudão, histórias sobre os impactos de políticas cada vez mais duras para as pessoas forçadas a deixar suas casas.
Na quinta edição da newsletter da Oficina Global o debate sobre cinema e ativismo nas independências africanas é o fio condutor dos diversos conteúdos que trazemos. O editorial escrito por Jessica Falconi, investigadora no CEsA/CSG/ISEG, Universidade de Lisboa, discute o papel do cinema que continua central na luta pela descolonização cultural. Temos ainda uma entrevista com Camilo de Sousa, fotojornalista, cineasta, produtor de cinema e antigo combatente da luta de libertação nacional moçambicana, e várias dicas de conteúdos interessantes.
Uma das ideias centrais de Mortu Nega é de que a luta não tinha acabado com a proclamação da independência política, mas devia concretizar-se, sobretudo, na construção de um novo país.
Em geral, os doadores ocidentais hesitam em abordar questões mais amplas dos direitos LGBTQ+ em países onde isso os coloca em rota de colisão com governos parceiros.
Tive uma conversa interessante com algumas pessoas se perguntando o que um financiador filantrópico com um pouco de dinheiro e pouca/nenhuma restrição burocrática poderia fazer para incentivar a aceitação de evidências na formulação de políticas.
Os debates contemporâneos nos estudos agrários têm se concentrado predominantemente nas questões fundiárias e de propriedade. A questão da agricultura por contrato é um exemplo de uma dimensão relativamente negligenciada – mas significativa – dos sistemas agrícolas contemporâneos no Sul Global.
A ideia de que a revolta, vista muitas vezes como um fenómeno ‘menor’, pode e deve ser analisada teórica e filosoficamente é muito interessante no atual contexto de incerteza e de mudança em que vivemos.
Embora as notícias atuais deem muita atenção às dimensões geopolíticas das interações das grandes potências, o retorno da geopolítica é certamente tão relevante para os países do Sul Global quanto para os do Norte Global.
No nosso segundo ano de atividade, procuramos enfatizar o nosso papel ativo na construção de um espaço de reflexão e diálogo com os diversos atores que trabalham para a mudança. Compartilhamos nesse post o nosso Relatório Anual de 2022.
Apagamentos epistémicos continuam a existir numa vasta gama de estruturas institucionais a nível local, nacional, regional, europeu e internacional. Trazer à tona o debate sobre este tema não apenas abre a possibilidade de aumentar a conscientização sobre o conceito, mas também motiva pesquisas a lançar luz sobre parcerias alternativas de resistência a esses apagamentos.
A Clean Clothes Campaign, como a maior aliança global na indústria do vestuário, demonstrou que tem o poder de influenciar positivamente as condições de trabalho dentro da indústria.
A visão da Abordagem para o Desenvolvimento baseada nos Direitos Humanos é de que os direitoshumanos são inerentes a todo o ser humano e devem ser constitutivos dos projetos de cooperação e desenvolvimento.
Especificamente para refletirmos sobre o Extinction Rebellion é importante destacar algumas particularidades dos movimentos sociais: diferente das organizações da sociedade civil, faz parte do papel dos movimentos sociais incentivar o conflito (de ideias, ações, propostas) e questionar elementos políticos e culturais que barram mudanças.
Uma pré-condição para criar um mundo diferente é a capacidade de imaginá-lo. O que seria necessário para capacitar as pessoas a primeiro imaginar e depois construir uma sociedade mais sustentável e justa?
O Fórum Social Mundial é um exemplo da reunião de diversos movimentos sociais com o objetivo de imaginar novas visões de futuro e elaborar alternativas para uma transformação social global.
Ao mesmo tempo que os países ricos estão a exigir e a subsidiar carros mais limpos e eficientes internamente, continuam a enviar veículos a gasóleo e a gasolina em números cada vez mais elevados para países de baixo rendimento em todo o mundo.
O documentário “12 de Outubro de 1972: O Dia em que Perdemos o Medo” explora a mobilização que o assassinato do estudante José Ribeiro Santos desencadeou na comunidade estudantil e em toda a sociedade civil portuguesa.
Muitas organizações de desenvolvimento se dedicam à representação: articulam direitos para grupos, apresentam definições de problemas importantes para determinados grupos e defendem soluções para os problemas de grupos específicos.
Quando os campos formais não funcionam e o acesso aos necessitados é difícil, que papel os trabalhadores humanitários podem desempenhar?
A decisão da Suprema Corte dos EUA afetará as esferas jurídicas, políticas e de serviço público no continente africano. Também intensificará a guerra ideológica para controlar os corpos das mulheres e empurrar os cidadãos LGBTIQ mais para as margens.
América Latina enfrenta uma contradição. Ao menos metade da eletricidade produzida na região vem de fontes renováveis, mais do que o dobro de Estados Unidos e China. Mas nosso principal modal de transporte – o carro – ainda é extremamente dependente de combustíveis fósseis.
Os defensores de alternativas ao desenvolvimento argumentam que não precisamos de novas formas de implementar o desenvolvimento, mas de uma rejeição ao desenvolvimento e da apresentação de alternativas ao desenvolvimento.
Nesta quarta edição da newsletter da Oficina Global temos a juventude em foco, para falar do papel dos jovens na mudança social bem como dos desafios por eles enfrentados. Hemma Tengler, investigadora da Oficina Global que coordenou o estudo sobre as perspetivas de desenvolvimento dos jovens na freguesia de Santa Clara em Lisboa, assina o editorial. Temos ainda uma entrevista com a organização Cartas com Ciência, destaques do blogue e várias dicas de livros, documentários e podcasts.
Esta COP não assumiu nenhum compromisso claro para a descarbonização e o fim das catástrofes climáticas que causam perdas e danos.
A pandemia de COVID-19 foi apenas um gatilho que levou às interrupções nas cadeias de abastecimento globais. O sistema que governa estas cadeias já era frágil inicialmente.
A partir da contribuição de especialistas de todo o mundo que estão engajados em gerar conhecimentos sobre a sociedade civil, o livro apresenta uma visão global única e multidisciplinar sobre temas e agendas de investigação relacionadas à sociedade civil de hoje e do futuro.
Enquanto o Acordo Verde Europeu estabelece os regulamentos ambientais de que a transição verde da Europa necessita, a sua dimensão social é irregular e fraca.
As mulheres africanas exercem o seu direito de migrar, mas também enfrentam dilemas a caminho do desconhecido. Precisamos de políticas que as protejam.
O legado da pandemia foi particularmente cruel para a América Latina. A nossa é a região que mais sofreu mortes por milhão de habitantes, assim como a maior crise econômica. Estamos mais pobres, mais desiguais, mais violentos e menos democráticos do que há uma década. E parece não haver uma saída clara.
Os relatos sobre a crise alimentar no mundo giraram em torno da guerra na Ucrânia e do bloqueio das exportações ucranianas de cereais. Mas o conflito é apenas o mais recente ponto de viragem para um sistema alimentar global já no limite. Só abordando a insegurança alimentar como uma questão sistémica é que a UE pode responder de forma credível.
O PIB é um indicador econômico que mede o crescimento econômico – em particular, o valor de todos os bens e serviços produzidos em uma economia. Mas não leva em conta muitas das questões que realmente afetam nossas vidas, como saúde e bem-estar, renda, igualdade de gênero ou o estado do meio ambiente.
À medida que a demanda por ajuda humanitária aumentou, as organizações humanitárias enfrentaram resistência dos Estados e o apoio internacional às normas humanitárias diminuiu, tornando mais difícil alcançar os mais necessitados.
É importante compreender as relações entre coesão social, proteção social e mitigação das alterações climáticas. Além de visões de mundo, como crenças relacionadas às mudanças climáticas, o apoio às políticas climáticas depende fortemente do custo pessoal da política e do custo para outros, bem como dos determinantes sociais, como a coesão social e a confiança.
As lacunas de pesquisa borbulham na superfície da ciência climática há alguns anos. Parte do problema é a escassez de literatura científica fora do Norte Global. Quando a Reuters publicou uma lista dos mil acadêmicos climáticos “mais influentes” de 2021, ela provocou uma enorme reação por ter listado tão poucos cientistas do Sul Global.
Como um sistema de energia autónomo pode desempenhar um papel vital na prestação de cuidados de saúde de qualidade na África Subsaariana
Embora faça tempo que esteja descaradamente óbvio que o modelo econômico global não está funcionando para todos, permitimos que a taxa de acumulação de riqueza por uma pequena minoria chegasse a níveis obscenos.
A ciência (climática) e o conhecimento (climático) precisam ser colocados em um contexto crítico e politizador para impedir leituras neutras e apolíticas da política climática que disfarçam relações de poder e interesses hegemônicos.
No contexto africano, o clichê de que a educação é o caminho para a prosperidade e para o crescimento permanece crítico porque esse caminho ainda não foi devidamente traçado. Uma crescente “desigualdade educacional” é um grande problema global, mas seus efeitos são particularmente terríveis em África.
A emergência climática é uma questão de justiça social intrinsecamente relacionada com a desigualdade. Mulheres do Sul Global, que há muito combatem a desigualdade, têm as ferramentas para enfrentar a crise climática.
Quase metade das ONGD portuguesas afirma dispor de uma estratégia, política e/ou plano de inovação. Para analisar as perceções das ONGD sobre a cultura de inovação e as estruturas de apoio à inovação existentes, buscou-se observar a forma como as organizações inovam – processos existentes para gerar e desenvolver novas ideias; forma como testam as novas ideias; capacidade de difusão de inovações.
A inovação é uma prioridade para a grande maioria das ONGD portuguesas, sendo que 96% das ONGD que participaram no inquérito do nosso estudo afirma ter inovado nos últimos três anos. As inovações identificadas pertencem a uma variedade de categorias (ver tabela) e muitas vezes uma inovação pertence a mais de uma categoria ao mesmo tempo.
A avaliação tornou-se um imperativo nos projetos de cooperação para o desenvolvimento e cada vez mais as ONGD precisam atestar o impacto do seu trabalho. Mas até que ponto as avaliações estão de fato contribuindo para eficácia do desenvolvimento?
Os debates sobre a Transição Justa ainda são fortemente dominados pelos discursos do Norte Global, que se concentram estreitamente na mitigação – a redução das emissões de gases de efeito estufa – colocando energia e tecnologias de ponta no centro das discussões.
Nesta terceira edição da newsletter da Oficina Global o tema é a inovação para o desenvolvimento. Para além de um editorial da Plataforma Portuguesa das ONGD e uma entrevista com a Cáritas Portuguesa, trazemos várias reflexões para estimular o debate sobre nosso contexto atual, o papel das organizações da sociedade civil e da inovação para a transformação social.
A inovação é um conceito sujeito a sujeito a múltiplas interpretações. O que significa inovação para as ONGD portuguesas? Quais são as suas perspetivas e como é que estas se enquadram na agenda da inovação para o desenvolvimento?
Esta ideia de distribuição da pobreza global tem, recentemente, sido revisitada, assim como parece que a pobreza global voltou para países de rendimento baixo (PRB). Será? Para compreender melhor o panorama das tendências da pobreza global, localizações e para compreender as implicações da pandemia do COVID-19, precisamos de entender as limitações dos dados.
Sendo que a população mundial se concentra maioritariamente em cidades, é no desenvolvimento sustentável das mesmas que se encontra a chave para o Desenvolvimento Sustentável. O desenvolvimento de cidades deve ser tanto pensado em relação às pessoas como no impacto que vai ter para o planeta.
O atual contexto constitui um momento crítico para as ONGD na CID, que precisam de repensar a sua identidade, a sua legitimidade e a sua sustentabilidade face a um mundo muito diferente daquele em que se afirmaram como ator de desenvolvimento.
Decorridos dois anos, o mundo atravessa ainda uma recessão provocada pela pandemia e as mulheres são as que mais sentem os impactos provocados pela crise económica. Porque é que nada foi feito pelos governos para atenuar os efeitos da pandemia e da previsível crise económica e social subsequente nas mulheres?
No Mundo Multiplexo ganham importância e centralidade outros atores privados, como o sector filantrópico e o sector privado empresarial. Desde o início do século XXI, o sector filantrópico (grandes fundações privadas) afirma-se também como um ator com cada vez maior relevo e interessado em trazer para a arena da CID não só o seu poder mediático e financeiro, como a sua visão pró-mercado e pró-sector privado, ajudando à fragmentação do sistema.
Está se tornando cada vez mais óbvio que precisamos pensar juntos sobre os problemas da crise climática e das fronteiras. O colapso ambiental desloca milhões de pessoas todos os anos, enquanto os Estados respondem através da militarização de suas fronteiras, causando mais sofrimento e morte.
Um mundo multiplexo é, além de múltiplo e complexo, fragmentado e frágil. A reflexão para encontrar possíveis caminhos de ação precisa então considerar a complexidade, fragmentação e fragilidade do futuro do desenvolvimento global. A incerteza e os problemas de desenvolvimento global transversais a todos os países destacam uma dimensão imprevisível do desenvolvimento que se soma a proliferação de atores públicos e privados que reivindicam legitimidade para agir.
A inovação para o desenvolvimento sustentável deve ser um processo multidisciplinar, em que se combinam conhecimentos e aprendizagens várias. Deve ser inclusiva, partindo da experiência daqueles que estão mais próximos dos problemas e que os vivem no dia-a-dia. Quem promove a inovação para o desenvolvimento deve assegurar que há tempo e espaço para criar, mas também para testar, falhar, iterar, aprender e crescer.
Muitas vezes, quando se trata de políticas públicas para o desenvolvimento social é comum que a atenção da comunidade e dos órgãos decisores se volte à infância e aos mais velhos. Mas quem melhor para apontar aquilo que funciona ou aquilo que ainda falta ou que precisa mudar senão os jovens?
A gravidez indesejada não é um assunto isolado. Associa-se à saúde sexual e reprodutiva, à educação sexual e à igualdade de género, e todos eles são assuntos de Estado, de políticas públicas. Têm de ser.
Podemos fazer mais do que dizer às jovens africanas para se esforçarem na escola. Precisamos de um plano real para que se tornem as pessoas plenamente auto-realizadas que queremos que sejam.
O ODS8 estabelece uma tarefa ambiciosa: promover o crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. Quando focado em um objetivo tão imenso, pode ser fácil perder de vista o que isso significa para a vida cotidiana das pessoas.
O trabalho narrativo é sobre mudar o que é “conhecido” sobre um grupo de pessoas, ou sobre uma situação. Não se trata, no entanto, de “convencer” as pessoas; mas sim de construir novos e diferentes relacionamentos e compreensão.
A Aliança para uma Revolução Verde em África foi apresentada como um divisor de águas no combate à fome. O consenso 15 anos depois: Falhou.
A inovação é uma prioridade para a maioria das ONGD Portuguesas. É o que mostram os resultados do estudo “Inovação e Mudança nas ONGD Portuguesas”, realizado pela Oficina Global, que por meio de um inquérito online obteve respostas de 46 ONGD no período de 9 a 26 de novembro de 2021.
Então, o que isso significa para um ativismo dos marginalizados? Mais do que qualquer outra coisa, o ativismo formou uma espécie de narrativa alternativa liderada por cidadãos e que resistiu ao poder da grande mídia de controlar a narrativa.
O movimento intitulado “¡Las vidas haitianas importan!”apresenta-se como uma resposta ao discurso e às políticas do governo dominicano que estigmatizam a comunidade imigrante haitiana, em especial, as imigrantes haitianas, e violam seus direitos fundamentais.
Estamos contentes e orgulhosos por celebrar o primeiro ano da Oficina Global. Há um ano iniciávamos nossa participação mais ativa rumo à mudança, criando esse espaço de reflexão e diálogo para conectar todos aqueles que trabalham por um mundo melhor, mais inclusivo, livre, resistente e justo.
Isto porque os contratos de impacto social parecem ter o potencial de fornecer as soluções para alguns dos problemas mais profundos do sector não lucrativo: ineficiência e financiamento insuficiente. A ideia é que a abertura ao capital privado atrairá não só um melhor financiamento, mas também a perícia, disciplina e eficiência do sector privado.
O esforço de ‘descolonização’ está muito em voga (não apenas, mas também) nas recentes discussões e debates nos meios académicos e no Ensino Superior. Mas o que esta afirmação implica, de forma prática e tangível, para a academia em geral e para a investigação e os estudos de desenvolvimento especificamente?
Fonte de financiamento anunciada durante a COP15 reflete expansão do capital verde chinês e pode auxiliar na proteção de biomas da América Latina.
A ideia de que os rótulos de comércio justo mudarão a economia mundial é questionável. Muitas vezes, os principais beneficiários não são os agricultores do Sul Global, mas os consumidores ocidentais dispostos a pagar pela satisfação do consumo ético.
A degradação ambiental e a injustiça social estão profundamente enredadas com a economia em crescimento. Aplicar lubrificantes verdes e inclusivos em seus mecanismos não é a solução. Devemos abandonar o crescimento.
A “Formação sobre Campanhas e Ativismo: Como Agir para Mudar o Mundo”, promovida pela Oficina Global, chegou ao fim e neste texto a participante e aluna do Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional no ISEG, Jéssica Tavares, conta-nos os aprendizados e desafios do processo de elaboração e implementação de uma campanha.
A Oficina Global falou com Pedro Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional de Portugal, sobre direitos humanos passados 73 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Sejam bem-vindos à Newsletter da Oficina Global de dezembro/2021! Nesta edição, os debates em torno das mudanças climáticas e do pós-COP26 são o fio condutor dos diversos conteúdos que trazemos, incluindo um editorial com a Fellow – World Academy of Art & Science do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Olivia Bina, uma entrevista com a ativista do Coletivo Climáximo, Eva Falcato, e dicas especiais da nossa equipe.
O estudo “A Rede Cáritas em Portugal e a Resposta à Covid-19” foi apresentado oficialmente no dia 16 de dezembro. O estudo analisa a importância da ação social da Rede Cáritas em Portugal neste tipo de contexto inesperado e de emergência, ao documentar a resposta da organização à pandemia de Covid-19.
O ano de 2019 será lembrado como o ano da agitação social na América Latina. Em seu último trimestre, surgiram protestos no Equador, Chile, Bolívia e Colômbia. O medo do contágio da Covid-19 pareceu reprimir os protestos quando a pandemia atingiu a região em 2020.
A COVID-19 surpreendeu-nos a todos. O setor de proteção social não foi exceção. Frequentemente ignorada antes da pandemia, a proteção social foi reconhecida como uma ferramenta crucial para amortecer seus impactos socioeconômicos.
Ainda que as questões climáticas sejam um problema mundial, é claro que existem pessoas e regiões que sofrem e sofrerão mais com esta problemática, especialmente porque “as mudanças climáticas estão enraizadas nas desigualdades entre ricos e pobres; e a migração é o modo pelo qual estas desigualdades se materializam”.
Marcada por fortes discursos e promessas inovadoras, a COP26 apresentou um conjunto de regras bastante rígidas sobre o mercado de carbono, um acordo sobre as emissões de metano, reduções de subsídios aos combustíveis fósseis e algumas grandes aspirações que terão de ser acompanhadas nos próximos 18 meses referentes ao Pacto Climático de Glasgow.
A primeira tarefa que a China teria que realizar para chegar a tal fim é a redução drástica do papel de combustíveis fósseis em sua matriz energética.
Depois da primeira fase maioritariamente teórica, os participantes irão agora, desenhar três campanhas de advocacia que serão implementadas no terreno na última fase da Formação.
A COP25 em Madri foi um fracasso para as negociações sobre mudanças climáticas. Não apenas porque foi a COP mais longa e com menos questões, mas porque não foram feitos acordos tangíveis em questões-chave como financiamento, responsabilidades e compensação.
O impacto da pesquisa tornou-se uma prioridade estratégica para muitos institutos de pesquisa em todo o mundo, com um foco crescente em “preencher a lacuna” entre a pesquisa e a sociedade e posicionar a pesquisa de forma a garantir que o conhecimento que esta produz possa contribuir para a mudança.
Cada alternativa pluriversal tem sua capacidade autônoma de ser auto narrada sem a necessidade de se enquadrar nas alternativas centradas no Ocidente. O principal papel do Norte global deve ser o de escrutinar radicalmente e arrancar seus próprios alicerces.
Após haver exposto as evidências científicas que embasam seu argumento e justificam sua preocupação diante do futuro do clima, Rockström direcionou sua apresentação a questões de ordem político-sociais.
No atual contexto de incerteza e transformação na cooperação internacional para o desenvolvimento, a inovação tem-se tornado uma das principais preocupações de doadores (multilaterais, bilaterais e privados), mas também de organizações da sociedade civil. Mas o que significa inovar para o desenvolvimento na sociedade civil organizada?
A dívida pública é um dos problemas fundamentais do desenvolvimento internacional: de que forma podemos assegurar que o acesso dos países em desenvolvimento ao crédito não é simplesmente predatório?
Na semana passada teve início a “Formação sobre Campanhas e Ativismo: como agir para mudar o mundo”. A formação traz abordagens e estratégias de advocacia social e de desenho de campanhas para a mudança, destacando quem são os atores da mudança e como a advocacia em prol de uma mudança social surge a partir das realidades vividas pela população.
Centenas de organizações da sociedade civil têm denunciado a UNFSS como um espaço ilegítimo que apresenta uma agenda focada em capital e tecnologia que reflete interesses corporativos.
No mês de agosto, a Oficina Global lançou no seu podcast uma série de três episódios sobre o futuro da cooperação internacional para o desenvolvimento. Fica a saber mais.
Neste artigo, a autora mostra como a pandemia de COVID-19 revelou a natureza contingente da separação entre os espaços, tempos e esferas produtivos e reprodutivos no que diz respeito aos processos de trabalho.
Junta-te a nós e vem desenvolver uma campanha com impacto social! Prazo de candidatura alargado até 19 de setembro.
Este artigo explica como a tentativa do governo brasileiro em legalizar a destruição da floresta Amazônica e do extermínio dos povos indígenas pode comprometer não só o futuro da Amazônia, mas de todo o planeta.
Com a democracia sob ataque em todos os lugares, como se posicionam ou deveriam se posicionar as empresas? Quais são as responsabilidades democráticas das empresas? Uma pergunta complicada, mas altamente atual.
O princípio da imparcialidade é um dos compromissos éticos mais importantes do humanitarismo, sistematicamente mencionado pelos agentes humanitários como uma evidência. Mas será que é? Hugo Slim reflete sobre este problema respondendo a três simples perguntas.
O projeto “Defensores da Floresta” retrata, por meio de fotos, vídeos e textos, jovens amazônicos comprometidos com a defesa ativa de suas comunidades e da floresta tropical contra múltiplas ameaças.
Este artigo discute como os consultores de Monitoramento, Avaliação e Aprendizagem (MAA) podem apoiar uma mudança real em vez de criar ferramentas ou processos que são rapidamente esquecidos.
No Dia Mundia contra o Tráfico de Seres Humanos, a Oficina Global falou com Ana Sofia Fernandes, da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, para entender a importância do tema e sua relação com o sistema de prostituição.
Neste artigo, Paulo Feytor Pinto parte da política linguística em países africanos onde o português é a única língua oficial e de ensino para refletir sobre duas dimensões da atual política linguística externa da cooperação portuguesa: a sua política bilateral com cada um dos cinco países e a política multilateral no âmbito da CPLP.
O espaço cívico tem sido atacado de várias direções ao mesmo tempo. Essa realidade assustadora levanta a questão de como a comunidade de atores públicos e privados que trabalham para defendê-lo globalmente deve responder a este quadro desanimador, um desafio ainda maior com a pandemia.
Este artigo discorre sobre a mudança que deve ocorrer na produção e uso do conhecimento dos atuais sistemas de conhecimento formalizados a fim de melhor apoiar as transformações em direção a sociedades mais sustentáveis.
Neste artigo, Fernanda Vilar mobiliza obras cinematográficas e literárias para fazer uma reflexão sobre o atual debate racial brasileiro. No imaginário cristão brasileiro, Exu é interpretado como sendo o demônio. Entretanto, na narrativa alternativa à história oficial do Brasil, Exu reinventa a memória ao reescrever a história do Brasil pela perspectiva dos negros.
O Estado nigeriano anunciou a proibição do Twitter. Este artigo discorre sobre os esforços empreendidos pelo governo da Nigéria para controlar as redes sociais e implementar uma política de resistência às VPNs.
Neste artigo, os autores apontam para a necessidade de repensar – de forma crítica – os erros de desenvolvimento, para que a adaptação às mudanças climáticas seja uma arena efetiva de justiça social.
Margit van Wessel compartilha lições aprendidas em relação à importância da especificidade dos contextos, sobretudo os mais frágeis, para a promoção de mudanças e advocacy no campo do desenvolvimento.
Neste artigo da Shumian, plataforma parceira da OG, Bruno Gastal trata da resiliência institucional das cooperativas rurais de crédito na China e o seu importante impacto para a população rural do país.
Estamos orgulhosos por poder partilhar a primeira edição da newsletter semestral da Oficina Global com vocês! Assim, esperamos aproximar, ainda mais, a Oficina do dia a dia dos estudantes, investigadores e interessados nas áreas do desenvolvimento global, cooperação internacional e transformação social.
Neste relato, Julia Schöneberg compartilha sua perspectiva crítica acerca da importância de uma postura pós-colonial firme para o futuro do trabalho das ONGs do “desenvolvimento”.
Neste artigo, Carolina de Aguiar Lopes aborda o acesso (ou a falta dele) à justiça de gênero no Brasil a partir do caso das migrantes e refugiadas venezuelanas no país.
Neste texto em formato inédito na OG, Ana Sofia Souto relata sua experiência de trabalho com refugiados e migrantes em Portugal e compartilha suas percepções muito humanazidas acerca da questão tão sensível que é o cuidado.
Como é que as fundações filantrópicas passaram a exercer tamanha influência sobre a forma como pensamos e fazemos desenvolvimento, apesar de estarem tão distantes da realidade dos pobres e da pobreza destes últimos no Sul Global?
A partir do caso brasileiro, entenda a importância da defesa da soberania alimentar e como este debate se entrelaça com questões relevantes do desenvolvimento sustentável.
No Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, a Oficina Global falou com a investigadora Máriam Abbas, do Observatório do Meio Rural em Moçambique, para entender a importância do tema.
Pesca acessória, turismo de massa e mudanças climáticas. Os riscos são muitos para os cavalos-marinhos da Ria Formosa, mas o que mais tem preocupado os especialistas é a pesca ilegal. Localizada na zona ribeirinha de Olhão, na região do Algarve, a Ria é alvo de pescadores ilegais atraídos pelo alto valor de venda dos animais nos mercados asiáticos.
Em 2018, as comunidades das Ilhas Barren, em Madagáscar, estabeleceram seu primeiro fechamento temporário para a pesca de polvo. Eles agora estão a assumir a liderança nas iniciativas locais de gestão da pesca e o engajamento comunitário tem se traduzido de forma benéfica para as famílias locais.
Nesta declaração, os Bispos Católicos de Moçambique deploram a trágica situação da população de Cabo Delgado, lamentam a insegurança nas populações do centro do país e mostram estar inconformados com a insegurança alimentar, a fome e a violência que se alastra cada vez mais no país, num contexto de pandemia do covid-19.
Na tentativa de perceber os novos atores do desenvolvimento e suas novas dinâmicas, diferentes dos atores tradicionais (OCDE-CAD), no último seminário da série Development Studies Seminars, Ana Borges Pinho discutiu sua pesquisa de doutoramento à respeito da filantropia Norte-Americana para o meio ambiente no Brasil, na qual analisou a atuação de três atores no setor.
Como falar de 5G em um mundo onde metade da população não possui acesso básico à Internet? Não seria melhor discutir como viabilizar infraestrutura nessas localidades? Neste artigo, Lucas Chaud escreve sobre desigualdade, tecnologia, inteligência artificial e direitos humanos a partir de uma leitura de Machado de Assis.
A China, em virtude de sua alta demanda por soja, óleo de palma, borracha e madeira, tem uma força considerável no mercado de commodities ligadas a desmatamento e emissões de gases de efeito estufa. Um estudo recente coloca a China como grande financiadora da agroindústria com risco florestal no Brasil e em outras nações tropicais. Mas há ações concretas que podem mudar essa tendência.
Dignidade é uma palavra usada constantemente em relatórios e discursos sobre ajuda e cooperação, mas que parece tornar-se sempre secundária quando o trabalho começa, ou quando se gasta o dinheiro e se mede o progresso. É um pensamento a posterori, uma coisa que é bom ter, mas que não é essencial.
O lobbying tem evoluído enquanto tática de comunicação para influenciar o discurso político e tem também se fundido com outras estratégias. Com isso, é fundamental estabelecer o que são práticas aceitáveis ou não. Uma forma de lobbying que vem sendo ampliada é o patrocínio de pesquisas de think tanks e universidades para gerar evidências que permitam defender um ponto de vista para moldar a opinião pública. As redes sociais também têm sido usadas de forma crescente para amplificar uma determinada perspectiva a alcançar maior influência.
O que é a Resolução 1325 do Conselho das Nações Unidas e quais são as suas implicações para a segurança internacional? Na sétima sessão dos Development Studies Seminars 2021, Dr. Toni Haastrup discutiu a Agenda “Mulheres, Paz e Segurança” a partir de uma perspectiva feminista.
As nossas esperanças de mudança social talvez comecem com a inversão do fenômeno que estrangula a mudança transformadora há demasiado tempo. O artigo se propõe a analisar a “politificação” da mudança social, além de suas causas e consequências.
Um tema constantemente abordado quanto à assistência externa chinesa é a sua diferença em relação à ajuda feita pelos doadores tradicionais (CAD-OCDE) e que, portanto, o modelo chinês de ajuda seria misterioso. Mas será isto verdade? Stella Zhang quis mostrar que a ajuda chinesa não é tão misteriosa se considerarmos a trajetória histórica do país ao longo do tempo.
“É uma vida difícil, que nos ensina a resistir aos caprichos da natureza e a incerteza das sementeiras; uma vida difícil que lhe vergou o corpo já franzino. Da terra trazia comida para ele, a mulher e os onze filhos. Da terra trazia o dinheiro para comprar roupa e mandar as crianças à escola. Na terra, conservava a memória dos seus antepassados, um diamante que tinha a obrigação de passar intacto às gerações futuras.”
A pandemia do coronavírus tem sido um lembrete da interconexão inerente da humanidade com o mundo natural. Ao mesmo tempo, a crise ameaça desvalorizar ainda mais a ação climática quando ela é mais urgente. Joan Herrera i Torres, ex-líder do Partido Verde Catalão, propõe uma agenda eco-social para a Europa pós-Covid baseada em três elementos-chave.
A nova era geológica do Antropoceno indica que os seres humanos tornaram-se os grandes responsáveis por moldar o futuro do planeta. Este artigo destaca alguns pontos do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD e reflete sobre este Dia da Terra como uma nova oportunidade de retomada de consciência individual e coletiva, assim como em 1970, para sensibilizar, mobilizar e exigir mudanças.
O fechamento das fronteiras e as medidas de lockdown levaram à uma redução dramática na mobilidade de refugiados e requerentes de asilo. Um ano depois, entenda os impactos da pandemia nessas populações e como a migração foi afetada.
A proximidade das Juntas de Freguesia com a sociedade possibilita outro nível de atuação e perceção das necessidades da população. A Junta de Freguesia da Misericórdia, em Lisboa, propôs-se a pensar a sustentabilidade no desenvolvimento local a partir da Agenda 2030.
O que aconteceria se as pessoas conseguissem transformar a política estatal baseando-se no princípio da justiça social? A luta da SIDA na África do Sul provê algumas lições.
O estudo “O Futuro da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento: fragmentação, adaptação e inovação num mundo em mudança”, elaborado pela Oficina Global a pedido da Plataforma Portuguesa das ONGD, foi publicado e está agora disponível para download.
A Covid-19 provou até agora ser um experimento natural global único – e contínuo – em termos de liderança, com muitas reviravoltas e surpresas. É bastante seguro dizer, entretanto, que surpresas definitivamente não estão na lista de coisas que queremos quando se trata de liderança em pandemias.
A propósito da nova estratégia da União Europeia para a ajuda humanitária, publicamos uma entrevista do The New Humanitarian a Janez Lenarčič, da Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias, a DG ECHO, para descobrir como o bloco pretende enfrentar os atuais desafios do sector.
Kate Raworth, economista e autora de Economia Donut, apresenta sua proposta dos passos que a sociedade terá de dar nos próximos 30 anos para que as necessidades de todos sejam satisfeitas sem esgotar os recursos do planeta.
A previsão feita pelo Banco Mundial de que as desigualdades de gênero aumentariam durante e após a pandemia, está a se concretizar. O que não é exatamente uma surpresa, considerando que décadas de investigação feminista indicam que o impacto das crises nunca é neutro em termos de gênero.
O lançamento da Oficina Global contou com os ativistas Duncan Green e Iara Pietricovsky à conversa com Luís Mah, Professor no ISEG e co-fundador da Oficina Global e Clara Raposo, Presidente do ISEG, sobre ativismo e mudança social em tempos de Covid-19.
A Oficina Global reuniu a ex-Diretora da Fundação Fé e Cooperação (FEC), Susana Réfega, e a doutoranda em Estudos de Desenvolvimento no CEsA/ISEG, Ana Luísa Silva, para uma conversa sobre a participação dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada nos processos de transformação social.
Os governos precisam de fundos para seus pacotes de estímulo e ajuda para lidar com a Covid-19. Mas a evasão fiscal corporativa e incentivos fiscais para ajuda em países africanos estão minando as respostas de emergência.
Bending the Arc: o exemplo de um movimento pelo acesso a cuidados de saúde universais
O ativismo é uma inspiração para todos os inconformados com as injustiças e desigualdades sociais. Contar a história de pessoas que dedicam suas vidas a trabalhar pela mudança que querem ver no mundo é uma forma de expandir a mensagem de que a transformação é possível e também de mostrar Onde Começa a Mudança.
Uma grande ideia, que se baseia no trabalho das pensadoras feministas Nancy Fraser, Diane Elson, Nira Yuval Davis, Nancy Folbre e muitas outras, envolve uma mudança radical, moldando um novo sistema econômico global que seria muito diferente do que temos agora. Como observa Lynne Segal, uma das autoras de um livro chamado “Care Manifesto” (Manifesto do Cuidado), “precisamos que as instituições estatais e as comunidades tenham foco no cuidado, para ajudar a nutrir e permitir toda a nossa capacidade de dar e receber cuidados.” A questão do cuidado deveria tornar-se uma responsabilidade de todos.
Enraizado em visões de mundo indígenas, o conceito de buen vivir baseia-se em uma compreensão da relação da humanidade com a natureza que está fundamentalmente em conflito com o antropocentrismo da modernidade. Gustavo Hernández e Henkjan Laats traçam a trajetória do conceito, que ganhou visibilidade na América Latina nos últimos anos, e sua influência e ecos na Europa.
A inovação e o setor privado, elementos fundamentais para o cumprimento da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, foram os temas do projeto Business4SDGs. O projeto decorreu ao longo de 2019 e tinha como objetivo sistematizar o conhecimento e fomentar o debate em português sobre a inovação, o setor privado e as parcerias na cooperação para o…
Um relatório publicado pela Oxfam em janeiro de 2020 aponta que o fosso entre os super-ricos e o restante da sociedade está a se tornar maior. Em 2019 os bilionários do mundo, que representam apenas 2.153 indivíduos, possuíam mais riqueza que 4,6 bilhões/mil milhões de pessoas, cerca de 60% da população mundial. Essa desigualdade econômica mostra que ainda coexistem extremos de riqueza e pobreza na sociedade atual, em que no topo da pirâmide da economia global uma pequena elite concentra uma riqueza que cresce exponencialmente enquanto na base dessa pirâmide milhões de pessoas vivem em situação de pobreza.
A inovação para o desenvolvimento sustentável deve ser um processo multidisciplinar, em que se combinam conhecimentos e aprendizagens várias. Deve ser inclusiva, partindo da experiência daqueles que estão mais próximos dos problemas e que os vivem no dia-a-dia. Quem promove a inovação para o desenvolvimento deve assegurar que há tempo e espaço para criar, mas também para testar, falhar, iterar, aprender e crescer. Só assim exercemos verdadeiramente a reflexividade e asseguramos a emancipação daqueles que servimos, rumo a um desenvolvimento mais justo, equitativo e sustentável.
Em 2020, a Oficina Global realizou dois workshops sobre a utilização da Teoria da Mudança na gestão de projetos de cooperação para o desenvolvimento. O primeiro teve lugar no ISEG, nos dias 27 e 28 de fevereiro. O segundo realizou-se nos dias 17 e 18 de novembro, na plataforma Microsoft Teams.
O livro Onde Começa a Mudança (How Change Happens, no título original) é para nós leitura obrigatória para todos os que procuram transformar o mundo, sejam eles ativistas, membros do governo e administração pública, intelectuais, empreendedores, cidadãos. Fica atento ao nosso site e subscreve a nossa newsletter para seres o primeiro a saber a data de lançamento do livro, Por agora, podes começar a ler a primeira parte, que podes descarregar aqui.
A Oficina Global é uma iniciativa do Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa) e do CEsA (Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento do ISEG), que tem o objetivo de reforçar o papel da Universidade como ponto de encontro e recurso para todos estes atores que estão a trabalhar sobre e para a mudança no desenvolvimento global.
Numa altura em que a pandemia de Covid-19 tem sido interpretada como um momento crítico que pode alterar o statu quo em que vivemos, a sociedade civil (organizações, movimentos, ativistas) tem procurado responder ativamente à crise, muitas vezes de forma inovadora e colmatando as falhas ou inação dos Estados.
As mulheres da região sofrem desproporcionalmente com os impactos do clima, mas também desempenham um papel essencial na abordagem da mudança climática. Com as respostas políticas corretas, é possível reduzir os riscos à segurança e empoderar as mulheres para lidarem melhor com os desafios que enfrentam.
Esta crise permite-nos pensar em grande, e oferece à África uma oportunidade de agir e embarcar num processo de transformação estrutural mais robusto. Com base nos ganhos dos últimos anos e na resiliência da sua população, não haverá provavelmente melhor altura para uma mudança acelerada.
Economistas do Desenvolvimento dizem que os impactos do COVID-19 e da recessão global ameaçam empurrar 150 milhões de pessoas para a extrema pobreza e causar uma “década perdida” de reveses e “ cicatrizes ” económicas de longo prazo.
Este ano, os apelos à reforma do sistema humanitário estão a proliferar. O que é invulgar é que não são apenas apelos a soluções tecnocráticas, mas a um envolvimento urgente com questões do mundo real: um novo modelo de ajuda humanitária e de ajuda ao desenvolvimento que coloque o anti-racismo no seu centro.
É verdade. Considerar este tópico mais importante que outros é um juízo de valor. Mas é um juízo de valor que pode ser quantificado. Dois biliões de dólares é muita massa. Se tivermos em conta que a FinCEN, de onde surgiu a documentação usada para construir dezenas de reportagens, recebeu dois milhões e setecentos mil relatórios em 2019, percebemos que nem estamos a falar da ponta do icebergue.
Logo no começo de sua fala, Manuela Silva, nos instiga a pensar sobre as desigualdades existentes na saúde, chamando a atenção para o fato de que uma das primeiras reações quando se percebeu o alto contágio do novo coronavírus foi dizer que esse era um vírus democrático, com igual potencial para infetar qualquer indivíduo sem distinção de classe, cor ou sexo. A questão é: será mesmo que podemos considerar a Covid-19 democrática?
Acompanha o nosso podcast.