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Créditos da imagem em destaque: Rod Long via Unsplash.


Esta semana inicia-se a segunda fase da Formação “Como Agir para Mudar o Mundo” que é uma iniciativa da Oficina Global que visa explorar como a advocacia em prol duma mudança social surge a partir das realidades vividas pela população. 


Dividida em três fases, a Formação trabalha conceitos, abordagens e exemplos de advocacia, bem como os modelos e canais da comunicação para a mudança, com base nas contribuições da teoria da mudança que Duncan Green explora em seu livro “Onde Começa a Mudança” (How Change Happens, no título original), traduzido pela Oficina Global com download gratuito disponível aqui


A Formação “Como Agir para Mudar o Mundo” funciona como uma extensão entre os conhecimentos teóricos que se adquirem nas universidades e a vida social que acontece fora delas. Para isso, depois da primeira fase maioritariamente teórica, os participantes irão agora, desenhar três campanhas de advocacia que serão implementadas no terreno na última fase da Formação. 


Durante a primeira fase, foram mostrados exemplos de advocacia como o Acampamento dos Pequenos Agricultores em Nova Delhi, na Índia (2021); o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Brasil; a Campanha de Acesso a Antirretrovirais (TAC), na África do Sul; e a Campanha Contra a Mutilação Genital Feminina (MGF), no Gâmbia. Este último exemplo, segundo os participantes da Formação, foi o mais impactante, pois Jaha Dukureh, embaixadora da ONU e vítima da MGF, conseguiu influenciar líderes religiosos e encorajar ativistas que pressionaram o presidente do Gâmbia, Yahya Jammeh, para que fossem realizadas mudanças legislativas que proibissem a mutilação genital feminina no país, após declarações que a prática seria banida do país. 


Foram trabalhadas as diferentes abordagens e estratégias de advocacia social, seja no interesse público, da justiça social, a centrada nas pessoas, a participativa ou a feminista. Durante as aulas da primeira fase, a abordagem de ênfase foi a advocacia centrada nas pessoas/cidadãos com métodos participativos, com a finalidade de empoderar a população. 


Na sequência dos trabalhos, foram trazidos os aspectos de uma boa campanha de advocacia, alguns fatores de sucesso das campanhas e fontes de poder da sociedade civil. Pudemos contar, ainda, com a participação de Eva Carolina Falcato, integrante da CLIMÁXIMO, que, em uma entrevista realizada concedida a colaboradora Ana Luiza Penna, nos contou um pouco sobre as experiências com a campanha “A nossa casa está a arder“, que ocorreu em prol da redução da emissão de gases de efeito estufa, com enfoque na atividade aérea.

A Formação “Como Agir para Mudar o Mundo” funciona como uma extensão entre os conhecimentos teóricos que se adquirem nas universidades e a vida social que acontece fora delas.


Na segunda fase da Formação, os parceiros da Oficina Global têm papel central na identificação de problemas com os quais os participantes poderão trabalhar na realização de campanhas de advocacia. A Associação de Estudantes do ISEG (AEISEG), a Ser Mais Valia (ONGD), a GoParity (investimentos de impacto) e a Casa do Impacto (Santa Casa de Misericórdia de Lisboa), têm temas que abordam o consumo energético sustentável no ISEG, o acolhimento e integração dos estudantes estrangeiros no contexto acadêmico do ensino superior e a possibilidade de obtenção de benefícios fiscais para investimentos sustentáveis.


Depois de terem tido contacto com exemplos e conceitos de advocacia, explorarem como acontecem as mudanças na óptica dos sistemas complexos e como o poder é exercido em diferentes níveis, espaços e formas, os participantes desenharão campanhas de advocacia que levem a uma mudança no contexto em que se pretende, considerando as estratégias e tipos de advocacia e dos modelos de comunicação voltada para o sucesso de uma campanha. 


As três campanhas serão implementadas no terreno na terceira e última fase da formação que contará com a participação ativa dos alunos, com o apoio da Oficina Global e dos respectivos parceiros e também de pessoas da sociedade civil que estiverem envolvidas durante o processo de implementação. 


Para continuar acompanhando esta iniciativa, fique atento às publicações no nosso blogue e também nas nossas redes sociais

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