Mestranda em Desenvolvimento e Cooperação Internacional no ISEG
Um relatório publicado pela Oxfam em janeiro de 2020 aponta que o fosso entre os super-ricos e o restante da sociedade está a se tornar maior. Em 2019 os bilionários do mundo, que representam apenas 2.153 indivíduos, possuíam mais riqueza que 4,6 bilhões/mil milhões de pessoas, cerca de 60% da população mundial. Essa desigualdade econômica mostra que ainda coexistem extremos de riqueza e pobreza na sociedade atual, em que no topo da pirâmide da economia global uma pequena elite concentra uma riqueza que cresce exponencialmente enquanto na base dessa pirâmide milhões de pessoas vivem em situação de pobreza.
A inovação para o desenvolvimento sustentável deve ser um processo multidisciplinar, em que se combinam conhecimentos e aprendizagens várias. Deve ser inclusiva, partindo da experiência daqueles que estão mais próximos dos problemas e que os vivem no dia-a-dia. Quem promove a inovação para o desenvolvimento deve assegurar que há tempo e espaço para criar, mas também para testar, falhar, iterar, aprender e crescer. Só assim exercemos verdadeiramente a reflexividade e asseguramos a emancipação daqueles que servimos, rumo a um desenvolvimento mais justo, equitativo e sustentável.
Em 2020, a Oficina Global realizou dois workshops sobre a utilização da Teoria da Mudança na gestão de projetos de cooperação para o desenvolvimento. O primeiro teve lugar no ISEG, nos dias 27 e 28 de fevereiro. O segundo realizou-se nos dias 17 e 18 de novembro, na plataforma Microsoft Teams.
O livro Onde Começa a Mudança (How Change Happens, no título original) é para nós leitura obrigatória para todos os que procuram transformar o mundo, sejam eles ativistas, membros do governo e administração pública, intelectuais, empreendedores, cidadãos. Fica atento ao nosso site e subscreve a nossa newsletter para seres o primeiro a saber a data de lançamento do livro, Por agora, podes começar a ler a primeira parte, que podes descarregar aqui.
A Oficina Global é uma iniciativa do Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa) e do CEsA (Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento do ISEG), que tem o objetivo de reforçar o papel da Universidade como ponto de encontro e recurso para todos estes atores que estão a trabalhar sobre e para a mudança no desenvolvimento global.
Numa altura em que a pandemia de Covid-19 tem sido interpretada como um momento crítico que pode alterar o statu quo em que vivemos, a sociedade civil (organizações, movimentos, ativistas) tem procurado responder ativamente à crise, muitas vezes de forma inovadora e colmatando as falhas ou inação dos Estados.
As mulheres da região sofrem desproporcionalmente com os impactos do clima, mas também desempenham um papel essencial na abordagem da mudança climática. Com as respostas políticas corretas, é possível reduzir os riscos à segurança e empoderar as mulheres para lidarem melhor com os desafios que enfrentam.
Esta crise permite-nos pensar em grande, e oferece à África uma oportunidade de agir e embarcar num processo de transformação estrutural mais robusto. Com base nos ganhos dos últimos anos e na resiliência da sua população, não haverá provavelmente melhor altura para uma mudança acelerada.
Economistas do Desenvolvimento dizem que os impactos do COVID-19 e da recessão global ameaçam empurrar 150 milhões de pessoas para a extrema pobreza e causar uma “década perdida” de reveses e “ cicatrizes ” económicas de longo prazo.
Este ano, os apelos à reforma do sistema humanitário estão a proliferar. O que é invulgar é que não são apenas apelos a soluções tecnocráticas, mas a um envolvimento urgente com questões do mundo real: um novo modelo de ajuda humanitária e de ajuda ao desenvolvimento que coloque o anti-racismo no seu centro.