Andy Sumner é Professor de Desenvolvimento Internacional no King’s College em Londres e Diretor da Economic and Social Research Council (ESRC) Global Challenges Strategic Research Network on Global Poverty and Inequality Dynamics. Eduardo Ortiz-Juarez é Docente em Economia do Desenvolvimento no Departamento de Desenvolvimento Internacional do King's College em Londres.
Esta ideia de distribuição da pobreza global tem, recentemente, sido revisitada, assim como parece que a pobreza global voltou para países de rendimento baixo (PRB). Será? Para compreender melhor o panorama das tendências da pobreza global, localizações e para compreender as implicações da pandemia do COVID-19, precisamos de entender as limitações dos dados.
Sendo que a população mundial se concentra maioritariamente em cidades, é no desenvolvimento sustentável das mesmas que se encontra a chave para o Desenvolvimento Sustentável. O desenvolvimento de cidades deve ser tanto pensado em relação às pessoas como no impacto que vai ter para o planeta.
O atual contexto constitui um momento crítico para as ONGD na CID, que precisam de repensar a sua identidade, a sua legitimidade e a sua sustentabilidade face a um mundo muito diferente daquele em que se afirmaram como ator de desenvolvimento.
Decorridos dois anos, o mundo atravessa ainda uma recessão provocada pela pandemia e as mulheres são as que mais sentem os impactos provocados pela crise económica. Porque é que nada foi feito pelos governos para atenuar os efeitos da pandemia e da previsível crise económica e social subsequente nas mulheres?
No Mundo Multiplexo ganham importância e centralidade outros atores privados, como o sector filantrópico e o sector privado empresarial. Desde o início do século XXI, o sector filantrópico (grandes fundações privadas) afirma-se também como um ator com cada vez maior relevo e interessado em trazer para a arena da CID não só o seu poder mediático e financeiro, como a sua visão pró-mercado e pró-sector privado, ajudando à fragmentação do sistema.
Está se tornando cada vez mais óbvio que precisamos pensar juntos sobre os problemas da crise climática e das fronteiras. O colapso ambiental desloca milhões de pessoas todos os anos, enquanto os Estados respondem através da militarização de suas fronteiras, causando mais sofrimento e morte.
Um mundo multiplexo é, além de múltiplo e complexo, fragmentado e frágil. A reflexão para encontrar possíveis caminhos de ação precisa então considerar a complexidade, fragmentação e fragilidade do futuro do desenvolvimento global. A incerteza e os problemas de desenvolvimento global transversais a todos os países destacam uma dimensão imprevisível do desenvolvimento que se soma a proliferação de atores públicos e privados que reivindicam legitimidade para agir.
A inovação para o desenvolvimento sustentável deve ser um processo multidisciplinar, em que se combinam conhecimentos e aprendizagens várias. Deve ser inclusiva, partindo da experiência daqueles que estão mais próximos dos problemas e que os vivem no dia-a-dia. Quem promove a inovação para o desenvolvimento deve assegurar que há tempo e espaço para criar, mas também para testar, falhar, iterar, aprender e crescer.
Muitas vezes, quando se trata de políticas públicas para o desenvolvimento social é comum que a atenção da comunidade e dos órgãos decisores se volte à infância e aos mais velhos. Mas quem melhor para apontar aquilo que funciona ou aquilo que ainda falta ou que precisa mudar senão os jovens?
A gravidez indesejada não é um assunto isolado. Associa-se à saúde sexual e reprodutiva, à educação sexual e à igualdade de género, e todos eles são assuntos de Estado, de políticas públicas. Têm de ser.